Desde novembro de 2024, o calendário de vacinação infantil brasileiro passou a incluir exclusivamente a vacina injetável contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. As doses são aplicadas em crianças aos 2, 4 e 6 meses de idade, com um reforço aos 15 meses. A tradicional vacina oral, popularmente conhecida como "gotinhas", foi retirada do esquema vacinal regular.
Motivação para a mudança
De acordo com o Ministério da Saúde, a atualização do esquema vacinal é fundamentada em evidências científicas e recomendações internacionais, incluindo da Organização Mundial da Saúde (OMS). A vacina oral (VOP), que contém o vírus enfraquecido, apresenta riscos em condições sanitárias inadequadas, podendo causar casos da doença derivados da própria vacina. A OMS recomenda o uso da VOP apenas em situações de controle de surtos, como no caso recente na Faixa de Gaza, onde um bebê de 10 meses contraiu poliomielite em 2024.
Novo esquema vacinal
A vacina inativada poliomielite (VIP), aplicada por meio de injeção, já fazia parte do calendário para crianças menores de 1 ano. Com a mudança, o reforço anteriormente administrado de forma oral aos 15 meses também passou a ser injetável. Além disso, a segunda dose de reforço, antes oferecida aos 4 anos de idade, foi retirada do calendário. Estudos apontam que o esquema de quatro doses garante proteção adequada contra a doença.
Impacto e desafios
O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1989. No entanto, as coberturas vacinais têm apresentado queda nos últimos anos. Em 2022, a taxa de vacinação contra a pólio foi de apenas 77,19%, abaixo da meta de 95%. O Ministério da Saúde alerta para a importância de aumentar as taxas de imunização para manter o país livre da doença.
Importância da vacinação
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) coordena as estratégias de vacinação no Brasil, promovendo a proteção contra doenças como sarampo, rubéola, tétano e coqueluche. Atualmente, o calendário nacional de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) inclui 19 vacinas, destinadas a todas as faixas etárias, desde o nascimento até a idade avançada.
A imunização, além de prevenir doenças graves, contribui para a redução da disseminação de agentes infecciosos, protegendo inclusive aqueles que não podem ser vacinados por razões médicas. O Ministério da Saúde reafirma o compromisso com campanhas anuais para alcançar altas coberturas vacinais, promovendo a proteção individual e coletiva.
Para mais informações, consulte os calendários completos de vacinação disponíveis no SUS para crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes.